quinta-feira, outubro 26, 2006

Deus é gremista

Campeonato Brasileiro
Fluminense 1 x 2 Grêmio

O Grêmio fez de tudo para perder o jogo. Praticou um futebol deprimente, caótico, bolorento, fétido, pornográfico, e tudo quanto pior for possível. Os dois laterais mostraram-se inócuos, o meio-campo acéfalo, burro, sem criação. O que matou Rômulo, centroavante isolado, que carece de abastecimento. Sem Tcheco e Hugo, o Grêmio se arrastava em campo. Rafinha e Ramon pareciam debochar de quem via a partida: foram ridículos.

Mas o Grêmio não perdeu o jogo. Abriu o placar com Rafinha (comemorando, na foto), que errou o cruzamento e surpreendeu o goleiro Fernando Henrique. Mas foi só. O Fluminense, que é de chorar, também não chegava. Mas empatou no segundo tempo, numa rosca de Evaldo que entrou no ângulo. Na confusão, o volante carioca Marcão saiu comemorando o tento.

Mano Menezes, que assistia ao show de horrores das arquibancadas, pôs Sandro e Herrera: nada mudou. Sorte do Grêmio que não houve uma terceira substituição antes da lesão de Galatto. O goleiro caiu mal após saída de gol, aos 29 minutos. Foi direto para o hospital. Preocupou a todos. Mas, agora, passa bem. Cássio ingressou no jogo. Guardem esse nome.

Aos 47 minutos, Cássio sai do gol, agarra a bola e a rifa. Ela viaja, forte e decadente, os zagueiros do Fluminense, fraquíssimos, comem mosca. Herrera invade a área e se aproveita da indecisão de Fernando Henrique. Desviou de cabeça, por elevação. Na primeira finalização gaúcha em direção à meta, tirando o gol inicial, o improvável acontece: algum dos times consegue vencer numa das mais pobres partidas do certame. Deus é gremista. Só algo sobrenatural, intangível e invisível para tentar explicar essa vitória. Três pontos mais do que importantes. Fundamentais. Mas o Grêmio que trate de melhorar. Deus, às vezes, tem mais o que fazer mundo afora.