sexta-feira, agosto 04, 2006

26 anos depois

Copa Libertadores da América
Internacional 2 x o Libertad

Na noite de ontem, o Internacional queria repetir 1980 (quando chegou à final da Libertadores) e esquecer 1989 (ano no qual perdeu nas semifinais). Foi difícil, um tanto quanto sofrido, mas o Inter está pela segunda vez em uma decisão de Copa Libertadores.
O Libertad mudou o time, apresentando-se em um 3-5-2. Abel repetiu a mesma escalação do jogo de Assunção. Teve, portanto, as mesmas dificuldades de articulação no meio-de-campo. Apesar de ter tido a primeira chance do gol, com Sobis chutando em cima do goleiro, o Inter não se impôs e viu o Libertad encerrar a primeira etapa melhor. O time paraguaio chutou muito pouco, é verdade. Mas era dono da segunda bola e abusava dos cruzamentos. Em um deles, Clemer falhou ao sair do gol, quase ocasionando o gol adversário.
O Inter não mudou na volta do intervalo. Nem o Libertad, muito menos o panorama do jogo. Os paraguaios continuaram melhor e, dessa vez, mais agudos, empilhando chances de gol perdidas. Logo aos 2 minutos, Lopez isola, na risca da pequena área, o tão sonhado gol fora de casa para o Libertad. Aos 12 minutos, novamente Lopez. Ele triscou de cabeça, desviou de Clemer, mas ninguém apareceu na segunda trave para empurrar para as redes. Naquele momento, eram 50 mil colorados assustados. Com o ingresso de Rentería, porém, a torcida voltou a ter esperanças. Mas o desafogo saiu dos pés de um jogador que já se encontrava no campo desde o começo. E que não vinha bem: Alex. Aos 17 minutos, de longe, da intermediária, ele acerta um chute venenoso, repleto de curvas. A bola carimba a trave direita do goleiro González e roça a rede: 1 a 0 Inter. Semelhante ao que ocorreu no Morumbi, quarta-feira, quando o Chivas sucumbiu após desperdiçar um pênalti, o Libertad se desmantelou. A torcida colorada foi à loucura, e o Beira-Rio transformou-se em um inferno alvi-rubro. Não demorou para uma nova explosão. Aos 22 minutos, Fernandão girou bem em cima da marcação e desferiu um chute certeiro, seco, no canto. Caía, de vez, o time paraguaio. E o trauma de 1989. Alvi-negro, tal qual o Olímpia (algoz há dezessete anos), o Libertad não foi páreo ao bom momento colorado. Apesar dos sustos e problemas táticos durante os noventa minutos, o time de Abel mostrou ser estrelado.
Quarta-feira que vem já será disputada a primeira partida da decisão, no Morumbi.
Agora, contra o São Paulo, o Inter não quer é repetir 1980. Vice-campeonato está fora de cogitação para os lados da Padre Cacique.


Internacional (2): Clemer; Bolívar, Índio (Wellington Monteiro) e Fabiano Eller; Ceará, Edinho, Fabinho (Rentería), Alex (Perdigão) e Jorge Wagner; Fernandão e Rafael Sobis.
Técnico: Abel Braga

Libertad (0): Horacio González; Carlos Bonet, Pedro Sarabia, Edgar Balbuena e Martín Hidalgo (Romero); Javier Villarreal (Aquino), Cristian Riveros, Víctor Cáceres e Pablo Guiñazú; Roberto Gamarra (Samudio) e Rodrigo López.
Técnico: Gerardo Martino

Árbitro: Oscar Ruiz, da Colômbia.

Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.