quinta-feira, agosto 10, 2006

Vestiários

O resultado do jogo de ontem favoreceu a apenas uma das equipes, mas tanto o vestiário do Internacional quanto o do São Paulo lançavam mão do mesmo discurso. Mas, claro, por razões distintas.

Do lado colorado, o objetivo era estancar a empolgação. "Não tem nada ganho" e "ainda faltam 90 minutos" eram as frases prediletas de jogadores, comissão técnica e dirigentes.
O técnico Abel Braga foi enfático: "conseguimos uma pequena vantagem". Sobre o jogo da volta, Abel foi, igualmente, cauteloso: "eles também têm condições de nos vencer lá".
O presidente Fernando Carvalho, perguntado sobre os incidentes que houve, como ônibus apedrejado e torcedores acossados no estádio, afirmou que não haverá retruco no Beira-Rio: "daremos um tratamento de colorado. Seremos como um bom gaúcho hospitaleiro".

No vestiário são-paulino, também ninguém admitia que tudo estava perdido. Todos que falaram mostraram confiança, apesar de visvelmente perturbados. O próprio técnico Muricy Ramalho aparentou impaciência ao responder aos repórteres em sua entrevista coletiva. Mas deixou um recado: "não pensem vocês, aí do Sul, que já está tudo ganho. Tem muito jogo ainda. Jogamos apenas por um gol".

E é verdade. Falta o segundo tempo dos 180 minutos. Mas a mesa virou: agora, quem entra como favorito é o Internacional, com a vantagem do empate debaixo do braço, além, claro, de mais de 50 mil colorados no Beira-Rio, no próximo dia 16.

Se o São Paulo joga por um gol, o Inter já começa a partida campeão.

Mas cada um interpreta os fatores prós e contras da maneira mais confortável possível. Vale tudo a essa altura do campeonato.